quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Partes importantes do Livro indicado: “Adeus professor, adeus professora?”, de José Carlos Libâneo

Para se refletir:


A escola tem um papel insubstituível quando se trata de preparação das novas exigências postas pela sociedade moderna ou pós-industrial, como dizem outros. Junto a isso tem também, o compromisso de ajudar os alunos a tornarem-se sujeitos pensantes, capazes de construir elementos categorias de compreensão e apropriação crítica da realidade.
Para isso, professores são necessários, sim. Todavia, novas exigências educacionais pedem. O novo professore precisaria, no mínimo, de uma cultura geral mais ampliada, capacidade de aprender a aprender, competência para saber agir na sala de aula, habilidades comunicativas, domínio da linguagem informacional, saber usar meios de comunicação e articular as sulas com as mídias e multimídias.
Muitos pais já admitem que melhor escola é a que ensina por meio de computadores, porque prepara melhor para a sociedade informacional.
Setores, ligados a órgãos oficiais (Secretarias de Educação, exemplo) imaginam que a utilização das novas tecnologias seria suficiente para formas ou capacitar professores.
A padronização de hábitos de consumo e de gostos vai elevando a uma vida moral também descartável. O individualismo e o egoísmo estão se acentuando. Valem mais os interesses pragmáticos e imediatos dos indivíduos do que princípios, valores, atitudes voltados para a vida coletiva, para a solidariedade, para o respeito à vida.
No plano cultural e ético-político, a ideologia neoliberal prega o individualismo e a naturalização da exclusão social, considerando-se esta como sacrifício inevitável no processo de modernização e globalização da sociedade. No plano educacional, a educação deixa de ser um direito e transforma-se em serviço, em mercadoria, ao mesmo tempo que se acentua o dualismo: diferentes qualidades de educação para ricos e pobres.
Quais seriam os indicadores de qualidade e ensino hoje para reorientação de objetivos escolares, rendo em vista uma educação emancipadora e crítica?
Segunda Paiva (1993), os avanços tecnológicos não resultariam meramente de uma estratégia consciente dos empresários ou tão somente de imperativos estruturais do capitalismo, mas de uma conjugação mais complexa de fatores.
Segundo Frigotto (1996; Gimenso Sacristan, 1996), não se pode deixar de investir numa proposta de escola democrática que contemple conhecimentos, habilidades e valores necessários para a sobrevivência no mundo complexo de hoje.
Existe lugar para a escola na sociedade tecnológica. Além da família, a educação ocorre nos meios de comunicação, nas empresas, nos clubes, nas academias de ginástica, nos sindicatos, na rua.
A escola precisa deixar de ser meramente uma agência transmissora de informação e transformar-se num lugar de análise crítica e produção da informação.
Nas novas atividades docentes, está embutida a ajuda do professor para o desenvolvimento das competências do pensar, em função do que coloca problemas, pergunta, dialoga, ouve os alunos, ensina-os a argumentar, abre espaço para expressarem seus pensamentos, sentimentos, desejos, de modo que tragam para a aula sua realidade vivida. Transformando o aluno em sujeito pensante.
Uma mudança de atitude dos professores diante da rigidez da organização disciplinar implica compreender a prática da interdisciplinaridade em três sentidos: como atitude, como forma de organização administrativa e pedagógica da escola, como prática curricular, propõe Fazenda (1994).
A atitude interdisciplinar requer uma mudança conceitual no pensamento e na prática docente, pois seus alunos não conseguirão pensar interdisciplinarmente se o professore lhe oferecer um saber fragmentado e descontextualizado.
O “ensino a pensar” ou “ensinar a aprender a aprender” está associada aos esforços dos educadores em prover os meios da auto-sócioconstrução do conhecimento pelos alunos.
Nisbet e Shucksmith (1994), afirmam, a partir de suas pesquisas, que obtêm melhores resultados os estudantes que aprenderam a aprender.
A tarefa de ensinar a pensar requer dos professores o conhecimento de estratégias de ensino e o desenvolvimento de suas próprias competências do pensar.

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